quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

As Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada.

Fui ver Nárnia faltando pouco menos de 30 páginas para finalizar a leitura do conto. E embora eu tenha rangido os dentes com algumas mudanças (foram inúmeras, acreditem), no final posso dizer que esta foi uma adaptação muito boa. Se duvidar, melhor do que o próprio conto.
Nesta aventura, apenas Edmundo e Lucia são levados a Nárnia, e junto com os irmãos o irritante primo Eustáquio (Will Poulter, perfeito na caracterização do primo sabe-tudo irritante e reclamão). Pedro e Susana já são muito velhos para o mundo de fantasia e logo logo os dois Pevensie mais jovens também o serão, o que significa que o bastão precisa ser passado para outra pessoa, ou Nárnia ficará sem a presença de um filho de Adão.
Para a sorte de todos (minha em especial, porque o Ben Barnes é absurdamente lindo) Caspian continua reinando em Nárnia e apenas três anos se passaram por lá.
Mas desta vez não há um perigo real os assolando, muito pelo contrário, o reino vai muito bem, o que leva Caspian a juntar uma tripulação e sair pelo mar em busca dos sete fidalgos que o seu pai mandou para longe na ocasião da traição do irmão.
Não vale muito a pena ficar discorrendo sobre as alterações que o filme fez em relação ao livro, mas só para não deixar de implicar um pouquinho, no livro não tem esse grande mal que percorre todas as ilhas e tampouco a história das espadas que precisam ser colocadas sobre a mesa de Aslam. Assim como o homem atrás da esposa que foi levada em sacrifício e sua filha são criações do filme. Mas os passos dos personagens, que no fundo é o que importa, são basicamente os mesmos, a motivação é que difere no filme. 
Creio que entendo o porquê de algumas das mudanças: a necessidade de ação e de um vínculo com o espectador. O livro é meio solto, os personagens querem alcançar o ponto mais ao leste e chegar ao país de Aslam, mas tudo é pela aventura, pura e simplesmente. No filme não, há um objetivo: destruir a ilha negra e o mal que ela tem espalhado pelo derredor. Querendo ou não, isso possibilita uma gama bem maior de aventuras, de medos, de explosões de raiva, orgulho, inveja, avareza, assim como lutas constantes, espadas, flechas, prisões e magia.
E é esta história que permite a transformação do jovem Eustáquio, tão necessária para a continuidade da história de Nárnia. O garoto, que no início era nada mais do que um fardo para todos na tripulação, acaba passando por grandes mudanças (grandes mesmo, já que é transformado em um dragão) que acabam por moldar o seu caráter e demonstrar que lá no fundo há uma pessoa digna de respeito e admiração. Ele só precisava encontrar as pessoas certas e a situação adequada para ser depurado. E sem dúvida alguma Eustáquio brilha neste filme, seja como menino, seja como dragão. Impossível não chorar em algumas cenas (ou rir em outras).
O final é belíssimo e mais uma vez arrancou lágrimas que eu tentava com todas as forças não derramar. Vale lembrar que tanto livro quanto filme são carregados de simbolismo religioso, mas o livro é um pouco mais explícito, embora em nada o filme fique devendo à mensagem que C.S. Lewis desejava passar. 

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