segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Review: Terminator: The Sarah Connor Chronicles – Today is the Day (Parte 1)

Texto postado originalmente no site Teleseries (2009).



Série: Terminator: The Sarah Connor Chronicles
Episódio: Today is the Day
Temporada: 2ª
Número do Episódio: 27 (2×18)
Data de Exibição nos EUA: 13/3/2009
Data de Exibição no Brasil: 19/4/2009
Emissora no Brasil: Warner

A primeira coisa que eu pensei quando terminou o episódio foi: será a Cameron dentro daquela caixa? Terá ela destruído a tripulação do navio e este é o motivo de Jesse ter voltado para acabar com ela?

Mas vamos às primeiras coisas primeiro.

Diante da ameaça de exposição, Sarah decidiu que é hora de mudar. E acabou descobrindo totalmente sem querer que Riley foi encontrada morta. É claro que a primeira coisa que passou pela cabeça de Sarah foi que Cameron a matou. O mesmo é o que pensa Derek quando é informado. O engraçado é que a idéia passa pela cabeça de John, mas embora o garoto tenha dúvidas, no fundo ele não acredita que tenha sido obra da ciborgue. Por isso confia em Cameron quando a exterminadora nega, e também a acoberta para que a mãe não saiba que ela vem escondendo partes do endoesqueleto dos exterminadores que derrotaram. (Inclusive, o que tanto faz Cameron durante as madrugadas para voltar machucada? Anda caçando exterminadores e eu não fui informada!?)

É claro que sua crença na exterminadora não é cem por cento, e nem poderia, já que ela mesmo admitiu que mente para ele quando necessário, mas isso não o impede de buscar inocentá-la. É por isso que vai até o necrotério para ver Riley. John pode ser muitas coisas, mas burro é uma coisa que ele não é. E nenhum ser humano seria capaz de resistir a um exterminador o suficiente a ponto de ter aqueles tipos de machucados.

Pergunto-me se quando ele diz ‘sinto muito’ no final, está falando para Riley e sua morte prematura por ter se envolvido com ele, ou se está falando para Cameron e o fato de ter chegado a duvidar da ciborgue. Talvez o garoto esteja se desculpando para as duas.

Entretanto o mais interessante de tudo é que se teve uma coisa que a morte da Riley fez, foi aproximar ainda mais John e Cameron. Durante toda a temporada John esteve evitando o máximo possível a exterminadora, tratando-a até mal (já teorizei sobre isso, acredito que seja justamente por culpa dos sentimentos que o garoto nutre pela ciborgue que ele a afaste). Mas foi só Riley morrer para John voltar a ser mais delicado com Cameron. E eu acredito com toda sinceridade que mesmo se fosse a exterminadora a responsável pela morte de Riley, John acabaria perdoando-a mais cedo ou mais tarde. Isso, é claro, se Sarah ou Derek não a destruíssem antes.

Também achei particularmente interessante a cena em que John vai à casa dos pais adotivos da namorada. Ouvir Cameron imitando a voz de Riley foi desconfortável, em especial por declarar que o amava. O que terá passado pela cabeça do garoto naquele momento?

Mas agora que ele tem certeza que não foi Cameron quem matou Riley, John não sossegará até achar o responsável. O que nos leva a Jesse e seus flashbacks.

Pode ser apenas impressão minha, mas eu tive a sensação de que Jesse sentiu a morte da garota mais nova. Quero dizer, para ela o mais importante era a missão (a ironia é que ela falhou miseravelmente em todos os sentidos), mas eu senti em seu isolamento ainda maior do que o normal, a dor da perda. Riley havia confiado nela e ela traiu essa confiança. Se tivesse sido Cameron a matar a loura, a consciência de Jesse não pesaria, mas matar alguém inocente sem ter certeza que a morte terá algum significado? Até o episódio anterior eu acreditaria que a soldado não pensaria duas vezes antes de apertar o gatilho, mas depois de vê-la no submarino eu enxerguei uma humanidade que não vemos mais na Jesse atual.

Alguém seria capaz de acreditar que Jesse pudesse estar tão relaxada ao lado de um metal dentro de um submarino em missão? E ainda mais, que esse metal fosse o capitão da embarcação e o mesmo escondesse segredos dela e ela ainda assim o obedecesse? Com certeza não. Por isso eu creio que seja lá o que aconteceu nessa missão, ela teve uma importância profunda na mudança na personalidade de Jesse. Ou melhor, na mudança de objetivos. A marinheira (talvez não deva chamá-la de soldado) sempre foi durona e difícil de lidar, mas nesse episódio pudemos enxergar uma suavidade que não existe mais. A forma como interagia com sua tripulação, como sorria com sinceridade, como se entregava completamente nas mãos de Queeg. Essa não é a Jesse que temos visto desde o início da temporada.

Até aqui eu ainda tinha dúvidas se Jesse não era talvez uma agente dupla. Uma humana trabalhando para as máquinas (como ela acusou Fischer em Complications). Não era minha primeira suposição, mas uma pontinha de dúvida persistia. Today is the Day sanou essa dúvida. Eu não sei o que levou Jesse a acreditar que Cameron é a culpada de tudo estar indo para o inferno no futuro, mas sei com certeza de que ela era leal à resistência e às ordens de Connor.

E só depois de um tempo é que me dei conta que Jesse criou caso com os aviadores no bar para poder encobrir as marcas de sua briga com Riley.

Mas nem só de drama foi o episódio. Em outro núcleo, tivemos a primeira interação de John Henry com Savannah. E se eu pudesse, parabenizava quem escolheu Mackenzie Smith para o papel da pequena Weaver. A garota brilha a cada participação. Primeiro como a garotinha fechada e assustada com a mudança da mãe, e depois florescendo para a criança que deveria ser. Adorei suas cenas com John Henry, tentando brincar de esconde-esconde com a mãe, e a fascinação com que seguia o caminho de luzes que John Henry traçava.

O engraçado é que a menina estava se divertindo, e eu estava aqui, completamente aterrorizada, morrendo de medo que algo fosse acontecer com ela. A musiquinha de fundo (e o clima tétrico do trailer dos últimos cinco episódios que eu assisti pouco antes), as luzes piscando, tudo contribuía para minha aflição. Eu tinha quase certeza que ela seria exterminada por John Henry e que o computador se rebelaria, e que tudo ia ralo abaixo. É claro que era um medo irracional, quase absurdo devido ao crescimento da moralidade do computador, mas e quem diz que medo e apreensão tem sentido? Por isso posso dizer que fiquei muito feliz e aliviada em ver que John Henry e Savannah finalmente se conhecerem de forma amigável. Quem sabe a garota com sua ingenuidade infantil não consegue mais com o computador do que a moralidade duvidosa de Ellison?

Mas não quero terminar sem comentar duas coisas:

1) Incrível a cena em que Cameron entra no galpão e encontra Sarah queimando as partes de coltan (muito mal feitas, mas deixe estar). A mulher tenta encurralar a ciborgue, mas no final é Cameron quem joga na cara de Sarah a realidade. Sarah não está criando John para ser feliz, está criando o filho para sobreviver. Qualquer pessoa que ele tenha ao seu redor será uma ameaça para ele. E é por isso que no futuro ele é solitário. E é por isso que Cameron existe. Todos são um risco, mas ela é o menor deles. Ouch.

2) Depois de vários episódios Busy Phillips reapareceu e já deu a luz. Lembro que assisti a um vídeo onde Busy comentava que todo mundo ficava preocupado, pois o bebê poderia nascer a qualquer momento e que era maravilhoso ter a oportunidade de ver sua gravidez registrada em um seriado, e ao mesmo tempo horrível, pois ela estava enorme. E de fato o bebê nasceu uma semana após esse vídeo ser gravado.

Uma pena que com a mudança de endereço dos Connor a personagem não mais aparecerá na série. Seria bom para Sarah ter uma amiga normal por mais do que poucos meses.

No próximo episodio saberemos o que tinha dentro da caixa. Será que a encomenda foi feita mesmo por Connor? Ou Queeg está obedecendo outras diretrizes? Ou Connor já não consegue mais ver a diferença entre humano e máquina? Será por isso que Jesse volta ao passado? Essa missão me preocupa.

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