segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Filme: Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras.



Dois anos após a estréia do 1º filme de Sherlock Holmes de Guy Ritchie, fomos apresentados ao segundo filme do célebre detetive inglês. Lembro da minha empolgação ao sair do cinema ao término do filme anterior, exigindo uma sequência com a máxima urgência.

Pois é, a sequência veio como era esperada, mas não tão boa quanto o original (como é de costume). Não que tenha sido ruim, apenas não foi tão empolgante. Na verdade, creio que o filme perdeu a essência do detetive. Sherlock estava lá (e Robert Downey Junior continuou com o tom certo para a personagem), Watson também marcou presença (e, sinceridade, Jude Law faz um Watson suculento...não só porque o ator é bonito, mas porque ele dá vida e personalidade ao médico, fazendo-o ser mais do que simplesmente amigo de Holmes), mas faltou algo de ‘detetivesco’ ao filme. Oh, eu não me importo com os tiroteios e lutas – e os disfarces de Holmes são impagáveis, mas me incomodou a falta de dedução ao longo do filme. No primeiro longa eles conseguiram balancear melhor a ação e o raciocínio intrincado de Holmes, desta vez, foram bem poucas demonstrações do brilhantismo do detetive.

Mas, se perderam na execução das histórias de detetive, ganharam no carisma da dupla Holmes-Watson. Tudo bem, os diálogos não foram tão afiados quanto na película de estréia, mas o companheirismo entre os dois estavam lá e na dupla morou o grande charme do filme. Todas as cenas em que apareciam Sherlock e Watson eram bem executadas e ganharam a minha simpatia.

E após a breve introdução de Moriarty ao final do primeiro filme, o vilão finalmente deu as caras para cumprir a ameaça que sua aparição relâmpago prometia. E não deixa de ser curioso eu ter visto Sherlock no domingo, exatamente um dia após assistir ao episódio de Fringe com o retorno de David Robert Jones, o maior vilão da série, também interpretado por Jared Harris. O ator cai bem em papéis de vilões megalomaníacos e inteligentes além da conta.

A minha maior decepção foi com a Simza de Noomi Rapace. Eu conheci a atriz na versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres e, embora tenha gostado de sua atuação, não a achei tão brilhante quanto o povo em geral parece ter achado. Mesmo assim, esperava mais da atriz em Sherlock e não achei nada de diferente em seu tempo em tela. Uma pena, ainda mais quando lembro que ela é a protagonista em Prometheus (que estou ansiosa para ver).

Já Stephen Fry brilhou na pele de Mycroft Holmes, embora tenha deixado um pouquinho a desejar na demonstração da inteligência do irmão mais velho de Sherlock (culpa do roteiro, não do ator). Eu, por minha vez, não pude deixar de comparar o Mycroft de Sherlock Holmes (filme) ao Mycroft de Sherlock (série da BBC). Não poderiam ser mais diferentes nem se quisessem...

E já que mencionei a série da BBC, parece que Sherlock veio para ficar no imaginário popular e conquistar uma nova gama de fãs.

No início de 2011 o canal inglês BBC levou ao ar uma nova série de TV chamada Sherlock, modernizando a vida de um dos detetives mais conhecidos do mundo, mas sem perder o charme e a essência das histórias escritas por Arthur Conan Doyle. Produzida (e roteirizada) por Steven Moffat (o mesmo de Doctor Who) e Mark Gatiss (que também interpreta Mycroft na série), Sherlock surpreendeu ao público e ganhou o coração dos britânicos e de muitos mais ao redor do globo (eu, inclusive).

Coincidentemente a segunda temporada da série (bastante curta, cada temporada conta com apenas 3 episódios de 1h30 cada) estreou na mesma época que o segundo filme de Sherlock Holmes chegou aos cinemas. E, no meu caso, assisti ao último episódio da série (também focado em Moriarty e com um final de cortar o coração) exatamente um dia antes de ver a versão cinematográfica. Comparações foram inevitáveis, embora eu tenha tentado separar o máximo possível as diferenças das produções em minha mente.

Holmes e John Watson são bastante diferentes na versão televisiva, mas a dinâmica perfeita entre os dois também está presente. E assim como Sherlock não vive realmente sem Watson nos filmes, na TV também é John o seu maior amigo e parceiro de estripulias. O grande diferencial é que temos muito mais oportunidades de testemunhar o brilhantismo dedutivo de Holmes na TV, falta imperdoável que o filme cometeu.

E o que não dizer de Moriarty? Jared Harris pode ser fantástico, mas em nenhum momento conseguiu me levar ao desespero e ansiedade que o Moriarty de Andrew Scott me levou.

Fazer o que....ver duas versões de Sherlock tão próximas uma da outra, simplesmente não tinha como não comparar.

Agora, se sair um novo filme eu voltarei ao cinema para assisti-lo? Sem dúvida nenhuma! Melhor ainda se corrigirem os defeitinhos que cometeram neste segundo. É só esperar para ver no que vai dar.


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