sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Livro: Her Fearful Symmetry

Sinopse: Quando Edie, a irmã gêmea de Elspeth, recebe a notícia de sua morte, vem junto uma surpresa - ela deixou para as sobrinhas o seu apartamento com vista para o imponente cemitério Highgate, em Londres - com a condição de que as duas vivam lá por um ano. Quanto a Edie e seu marido, Jack, o testamento estipula que não podem acompanhar as meninas na mudança nem entrar no apartamento. As gêmeas Julia e Valentina, de 20 anos, têm uma forte conexão, como se espera de irmãs condicionadas à presença uma da outra desde o útero. As meninas nunca haviam saído dos Estados Unidos. Londres era a terra de sua mãe, mas Edie e Jack raramente falavam sobre o assunto. Agora Edie era americana - tinha se tornado nativa, ou quase isso. A família Poole morava em um subúrbio de Chicago que fingiu, em seus primórdios, ser uma aldeia inglesa. Mas a descoberta de que estava prestes a morrer, faz com que Elspeth quisesse se aproximar de suas sobrinhas. As razões da tia, desvendadas pouco a pouco, são inusitadas e inesperadas. É assim que Julia e Valentina, segunda geração de gêmeas da família Poole, partem rumo a uma experiência transformadora.


Livro: Her Fearful Symmetry
Autora: Audrey Niffenegger
Editora: Scribner

Gente, não estou inspirada para escrever resenha, mas queria comentar o livro antes que eu acabasse esquecendo e a resenha virasse fumaça, assim como foi com Jane Eyre e A Cidade dos Hereges.

Resolvi ler Her Fearful Symmetry porque é da mesma autora de A Mulher do Viajante do Tempo e eu sou apaixonada por aquele livro. Mas agora, terminado A Estranha Simetria, já concluí que a autora é bem bizarra. Ela escreve bem, seus livros são envolventes, mas os seus temas são no mínimo inusitados.

Eu li o livro em inglês, mas já existe publicação brasileira pela Editora Suma de Letras, e traduzido pela Livia de Almeida.
Este é o segundo livro da autora e tem uma temática meio (meio!?) sobrenatural. Mesmo assim ele é encantador e instigante, pelo menos até certo ponto. Confesso que em dado momento eu fiquei um tantinho incomodada e larguei a leitura e fui dormir...torcendo para não ter insônia e nem pesadelos.

O livro mostra pontos de vista diversos. Inicialmente parece que as protagonistas são apenas as gêmeas Julia e Valentina, mas depois percebemos que todos os personagens importam. Elspeth (a tia, que falece), Robert (o namorado da tia) e Martin (o vizinho com OCD) tem suas devidas narrativas e não estão ali por acaso. Quando paramos para pensar, todo mundo já faz parte do nosso imaginário e tem tanta ou mais importância que as gêmeas.

É claro que o povo interage...uns mais, outros menos, mas todo mundo transita por todos os lugares e nós podemos perceber várias facetas de uma mesma pessoa. Julia, por exemplo, é autoritária e possessiva, mas o que sente pela irmã é sincero - e quase doentio. Valentina é cheia de sonhos e desejos de ter uma vida própria, mas é sufocada pela possessividade da irmã e pela própria fraqueza. Robert é o viúvo ainda apaixonado, tanto por Elspeth quanto por Valentina. E Elspeth...bem, Elspeth é o fantasma que está preso no apartamento, tentando conhecer e entender as sobrinhas ao mesmo tempo em que anseia pela vida que perdeu.


O interessante é que o relacionamento dos personagens não é saudável. Desde a obsessão até a apatia, a forma como todos pensam e vivem não transmite aquela sensação de segurança. Não sei se é por conhecermos o íntimo dos personagens, mas nenhum me traz aquele sentimento de gozo e tranquilidade, é sempre angústia e confusão.

Mesmo assim, mais da metade do livro flui com muita naturalidade e nem chegamos a questionar os toques sobrenaturais. Como e por que Elspeth está no apartamento não importa realmente, o que interessa é que ela está lá e nós enxergamos pelos seus olhos, sentimentos conforme ela sente. O problema é quando a história dá uma guinada e a tranquilidade da morte e dessa vida meio estranha que todos viviam é sacudida. Daí para frente, o livro fica bem macabro e perturbador.

Não sei se fui eu ou se mais alguém teve a mesma sensação, mas embora eu tenha gostado muitíssimo do livro e o recomende com certeza (e de forma alguma me arrependa de tê-lo lido), não posso negar que o final me deixou com um gosto amargo na boca. Era preciso mesmo aquela última cena?

Talvez alguns gostem de como a história de desenvolveu e o final arrebatador criado pela autora, mas eu, sinceramente, queria algo diferente e fiquei muito triste. Não decepcionada, porque a autora foi coerente do início ao fim, mas triste, porque o meu desejo pessoal era outro e infelizmente não foi realizado.

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